
“Porque se chamavam homens
Também se chamavam sonhos
E sonhos não envelhecem…”
Os sonhos, como forma de projeção para o futuro, acompanham o ser humano desde a mais tenra idade, além do mais é na infância que os sonhos ganham as mais variadas formas. O menino sonha em ser o super-homem, jogador de futebol famoso; já a menina sonha em ser uma bela princesa, heroína do cinema, ou tudo que a imaginação puder oferecer nesse período da vida.
Crescemos e os sonhos, como pintas de nascença, continuam colados em nossa mente, ou no mais profundo da nossa alma. A diferença é que mudam conforme a situação, conforme a nossa necessidade. O sonho de se dar bem na vida, de conquistar aquela pessoa, de ter aquela profissão, de realizar um feito histórico…
Eu cresci em torno dos meus sonhos. Vislumbrei que não existem sonhos pequenos ou grandes. Sonhos bobos ou esplendorosos. Eles existem apenas, e vão mudando conforme nos transformamos, conforme a nossa percepção de mundo vai se amalgamando com a realidade em que estamos vivendo.
Nunca sonhei em ser professor. Confesso. Mas, à medida que algumas portas iam se fechando para a profissão que tinha na época, outras foram se abrindo. A da docência foi quase como um poderoso imã que me puxou, e quando dei por mim já estava envolvido, não tinha mais retorno. Era o canto da sereia me oferecendo um mundo de sonhos novos que, por incrível que pareça, trazia em seu bojo velhos sonhos que estavam adormecidos.
Eu sonhava em ser escritor e publicar meus livros; sonhava em aprender a tocar o violão que minha mãe havia me presenteado quando eu tinha 12 anos; sonhava em escrever artigos para jornais e, mais alguns outros que foram engavetados pelo tempo, ou pela avalanche de acontecimentos que me levaram a trilhar outras sendas, pelas quais eu inevitavelmente tive que trilhar.
Publiquei dois livros – tenho outros tantos para publicar; arranho meu violão e escrevo artigos para jornais como estou fazendo agora. Mas, lembra que eu falei que os sonhos vão se transformando ao longo da nossa vida? Um deles agora é ter minha Kombi estilizada e cheia de livros. Poder visitar escolas, praças, eventos ou espaços em que eu possa fomentar o gosto pela leitura, pela literatura, pela boa música, pela contação de histórias.
O projeto já está formatado, apenas esperando o tempo certo para maturar. Aprendi que o tempo de gestação é o tempo de crescimento, de aprendizagem. Que a maturidade traz sabedoria. “Esquina mais de um milhão, quero ver então a gente, gente, gente…e lá se vai” a minha Kombi Livros pelos recôncavos e convexos desse mundão de meu Deus!
Charles Guimarães
Professor e escritor