domingo, junho 15, 2025
Colunista

As cores para 2025 435m3m

Espocaram em mais um janeiro, precisamente na virada do velho para o novo. Um ritual que se estabeleceu desde muito antes dos meus ouvidos conhecerem um mínimo de som. Talvez seja para avisar ao novo que ele pode chegar e se abancar, mas sem se acomodar. Pois, a esperança para alguns é uma moça que aparece todos os anos bem no comecinho, na virada do ponteiro, mesmo sendo uma velha conhecida, ela vai se renovando, se aconchegando, criando morada no ponto mais íntimo do nosso coração. Um “looping” quase imperceptível. A roda de Samsara a que todos estamos sujeitos.
Previsões pouco otimistas dão conta que este governo vai continuar massacrando. Não só as “Zelites”, mas o povão também vai entrar na chibata. E assim está sendo feito, o ano caminhou para uma suposta taxação do pix. O que foi muito bem explicado em um vídeo com mais de 300 milhões de visualizações. Um vídeo feito por um moleque aqui de Minas, metido a deputado federal. Que petulância! A queda de algumas aeronaves em um janeiro bastante chuvoso e quente, é o prenúncio de que São Pedro está aborrecido com algo fizemos ou deixamos de fazer. E o janeiro vai mostrando as suas garras, pintando em um quadro as cores do será este ano ímpar, em todos os sentidos.
Mas como navegar é preciso, seguimos trabalhando e orando, e acreditando que Deus é brasileiro e governa o mundo inteiro. É que Ele escreve certo por linhas tortas, e o que falta no país que já foi do futebol é interpretação textual. Só os entendedores entenderão. Melhor deixar esse assunto para um outro artigo, afinal de contas o analfabetismo, na definição de alguns analistas e sociólogos, é institucional e ganhou um adjetivo como parceiro, funcional. Analfabetismo funcional! O resultado das redações do Enem de 2024 e que foram divulgadas neste ano, ilustram bem o quadro caótico e cinzento que a Educação vive. emos adiante.
Portanto, sigamos escrevendo a nossa história, participando da história dos outros e, principalmente, tendo em conta que ao escrevê-la, pessoas de todos os matizes, conhecidas ou não, também estarão nela. Sendo assim, resolvi escrever a minha com todas as cores possíveis e inimagináveis que eu possa ter às mãos. A publicação de um livro, ou melhor o relançamento do meu livro, Um Bilhete para Adélia Prado, com uma capa condizente à homenagem que faço à escritora citada; o acréscimo de crônicas que não foram incorporadas à primeira edição; uma homenagem que faço a um velho amigo escritor que se foi; entre outras novidades, dão a minha obra, cores e tons variados, agradando a gregos e troianos. Pelo menos é essa a minha intenção. Combustível para eu começar com o pé direito.
O meu quadro está sendo pintado. Ora com cores vibrantes, ora tons pastel, ou até mesmo cinza, a minha história, neste ano, estará sendo contada. Como diria Chico Buarque: “E quem garante que a história é uma carroça abandonada, numa beira de estrada ou numa estação inglória…A história é um carro alegre, cheia de um povo contente, que atropela indiferente todo aquele que a negue…” Que a nossa história seja esse carro alegre, carregado de gente esperançosa e vibrante. Que 2025 tenha todas as cores que nos façam felizes!