
“A felicidade não é feita do tamanho da casa, mas do tamanho do amor que enche a casa” (Hugo Bagio)
Nessa presente crônica, vamos resgatar um pouco a memória de um casal muito carismático e muito correto que ou por nossa querida Carmo do Cajuru.
José de Souza Fonseca, conhecido como José do Jacó, nasceu em 3 de julho de 1918, na Fazenda Cachoeira Vargem do Carmo. Filho de Jacó de Souza Luís e Afonsina Fonseca da Silva, irmã do Sr. Claro e do Sr. Quitota. José foi o terceiro dos cinco filhos que chegaram à vida adulta – da primeira união de Jacó (Maria, Joaquim, José, Antônio e Francisco). Sua mãe Afonsina Fonseca faleceu em 14 de fevereiro de 1924, aos 32 anos, deixando os filhos ainda muito pequenos.
Pouco depois, em 25 de junho de 1924, Jacó se casou novamente, agora com outra Afonsina – Afonsina Gonçalves Rabelo. Dessa união, nasceram sete filhos que atingiram a vida adulta (Cecília, Armanda, Aristeu, Gil, João, Salomão e Romão). José, seus irmãos e alguns vizinhos foram alfabetizados na própria fazenda. O pai, Jacó, contratou um professor que veio para Carmo do Cajuru de trem à procura de trabalho. Embora não soubessem muito sobre ele, o seu nome era Henrique, natural de Santa Maria de Itabira. Professor Henrique morou na fazenda e ensinou as crianças por aproximadamente três anos.
José Jacó, ainda jovem, trabalhava muito na fazenda, assim como seus irmãos, mas se destacava como tacheiro na fabricação de rapaduras e até de açúcar. Além disso, por suas habilidades, era escolhido por sua madrasta para auxiliar na confecção semanal dos biscoitos da fazenda, que era bastante movimentada. Quando completou 20 anos, em 1938, foi convocado para servir no exército brasileiro. No entanto, ainda no início do serviço, contraiu pneumonia grave devido às condições da rotina militar. Como em Cajuru não havia médico, ele foi tratado inicialmente pelo farmacêutico Firmino. Infelizmente, o tratamento não teve sucesso e seu estado só se agravava. Então foi levado para Itaúna, onde fez uma cirurgia, além de um longo e doloroso tratamento com Dr. Coutinho. Parte do tratamento chegou a ser feito em Belo Horizonte. Embora tenha se recuperado da pneumonia, ficou com sequelas cardíacas e pulmonares, o que o limitava em algumas tarefas mais pesadas. Mas nunca deixou de trabalhar na vida normal de uma fazenda. Além disso, era um hábil fazedor de balaios. Serviço este que contribuiu bastante para a renda familiar.
Maria Augusta nasceu em 20 de fevereiro de 1925 na Fazenda Córrego Fundo, em Carmo do Cajuru. Filha de Josias Alves Ribeiro, conhecido como Jusa Pacífico – pois o pai era o Sr. Pacífico da Cunha Ribeiro. A mãe de Maria Augusta era Maria José de Vasconcelos, natural da localidade de Aroeira, em Itaguara. Maria José é da quinta geração de Manoel Gomes Pinheiro, fundador de Carmo do Cajuru. Era a mais velha dos seis irmãos (Maria Augusta, Elisa, Evangelina, Madalena, José e Maria Madalena). Maria Augusta fez o curso primário em Ribeiros, tendo como a primeira professora Dona Alice Alves Maia, a quem tinha grande iração e respeito. Sempre falava com carinho sobre seu aprendizado e manteve contato com a professora até o falecimento de Dona Alice. Apesar da pouca escolaridade, Maria Augusta escrevia muito bem e gostava de ler boas revistas e bons livros.
José e Maria Augusta se casaram em 20 de fevereiro de 1944, em uma bonita celebração presidida pelo Padre Augusto Cerdeira – hoje, Patrono da Obras Assistenciais (Vila Vicentina) – no dia em que Maria Augusta completava 19 anos. A celebração foi ainda mais especial, pois também ocorreu o casamento de Antônio Jacó e Elisa, ou seja, dois irmãos se casaram com duas irmãs. A cerimônia aconteceu na Fazenda Córrego Fundo, na casa onde atualmente reside José do Jusa, irmão das noivas.
Juntos, José e Maria Augusta tiveram oito filhos. Maria José (Mazé), casou-se com José Teotônio de Melo, teve oito filhos, treze netos e quatro bisnetos. Mauro, casado com Maria José Marra, tem três filhos e duas netas. Maria Célia, casou-se com José Pio da Fonseca Filho, teve seis filhos e seis netos. José Ramos, casou-se com Maria Dirce Nogueira de Melo, teve cinco filhos e cinco netos. Wilson, se casou com Maria da Conceição Silva e, após ficar viúvo, casou novamente com Fabiana Cátia Pereira – teve dois filhos da primeira união e dois da segunda. Maria Dalva, casou-se com Jadir Marra da Silva, teve três filhos. Maria Heliodora (Dorinha), casou-se com Sebastião Eustáquio de Camargos, teve três filhos e cinco netos. José Valter, que casou-se com Elizete de Oliveira, tem três filhos.
Maria Augusta sempre foi muito habilidosa. Aprendeu o corte e costura com sua cunhada Cecília de Souza Rabelo. Trabalhou bastante costurando para toda a família e muitos clientes externos. Além disso, era uma excelente bordadeira e tricoteira. Essas atividades contribuíram significativamente para o sustento da família, pois ficou viúva aos 48 anos.
José Alves de Souza, faleceu muito jovem, com apenas 54 anos, no dia 3 de julho de 1973. Dona Maria Augusta ficou viúva por vários anos, vindo a falecer, em 27 de janeiro de 2007, aos 81 anos. O casal foi exemplo de trabalho, honestidade, generosidade, caridade e muito amor. Até hoje são muito lembrados com muito carinho, não somente por familiares, mas também por um grande número de amigos.
Fontes: Familiares e amigos.