domingo, junho 15, 2025
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Nossa gente: Dr. Hermon e Dona Marina 463w61

“Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo” (Paulo Freire).

Nessa coluna, vamos fazer um pequeno resgate de um casal, que viveu em nossa comunidade no final dos anos 50 até meados dos anos 60. Como foi gratificante para Carmo do Cajuru a agem do referido casal aqui em nossa querida terra!
Trata-se de Dr. Hermon de Vasconcelos Barros e Dona Marina Cota de Vasconcelos.
Dr. Hermon nascido em 30 de abril de 1924, natural de Alvinópolis -MG – Era filho de Jerônimo de Vasconcelos Barros e de Dona Guiomar Coelho de Vasconcelos.
Dona Marina Cota de Vasconcelos nasceu em 25 de maio de 1933, natural da cidade de Rio Piracicaba-MG, era filha de Francisco de Assis Cota e de Dona Edith de Barros Cota. Eram primos em segundo grau.
No auge da juventude, se apaixonaram, dando início a um namoro. E na paixão e no grande amor um pelo outro, se casaram em 17 de julho de 1954, na fazenda “Quebra Guia” no município de Alvinópolis. Casados, eles construíram uma linda e duradoura história de muito amor e cumplicidade, que só chegou ao final com o falecimento de Dr. Hermom, no dia 04 de julho de 2012. Dona Marina teve uma curta viuvez, falecendo 17 de fevereiro de 2013.

Tiveram quatro filhos: Túlcia Vasconcelos Barros Poggiali, nascida em 18 de abril de 1955. Hoje é Psicóloga em Belo Horizonte, casada com o médico: Dr. Paulo Poggiali. Télcia Vasconcelos Barros Magalhães, nascida em 29 de dezembro de 1956, hoje é médica, casada com Dr. Renato Magalhães, que também é médico. Tilton Vasconcelos Barros, nascido em Carmo do Cajuru em 03 de novembro de 1958. Hoje, é Engenheiro Eletricista, casado com a Ortodontista Estelamaris Doria Vasconcelos. Tálcia Vasconcelos Barros, nascida em 18 de março de 1960, em Carmo do Cajuru. Hoje ela também é médica, casada com o Engenheiro Dr. Roger Groenner. Da descendência, além de uma nora e três genros existem 10 netos e 8 bisnetos.
Por onde aram Dr. Hermom e Dona Marina, deixaram grandes marcas positivas em prol do povo. Incentivando na criação de escolas e entidades filantrópicas, além de grandes pais, avós e um casal exemplar. Ambos tiveram carreiras brilhantes.

Trajetória em Carmo do Cajuru:
Em 1958, residia em Alvinópolis uma cidade ainda pequena, onde Dr. Hermon era advogado e depois Promotor de Justiça, queria mais – Magistrado! Como a palavra já mostra – “MAGISTER”, era do querer seguir a lógica, a seriedade, a justiça para o bem comum.
No dia 30 de abril de 1958, foi nomeado Juiz de Direito da Primeira Fase para Carmo do Cajuru, cuja posse ocorreu em 25 de maio de 1958. Aqui, dona Marina, sua esposa, exerceu o cargo de professora no Grupo Escolar Princesa Isabel. Uma ótima professora, com grande habilidade para lidar com crianças. Tinha uma didática muito apurada, e pessoa de fino trato, sendo muito irada e amada pelo corpo docente daquela época.
O casal foi como que uma semente no desenvolvimento da educação em nosso município após a conclusão do curso primário. Como muitos não tinham condições de continuar os estudos, pois na época somente os filhos de pais como boas condições financeiras, conseguiam prosseguir nos estudos pós-curso primário. Tinham de que deslocarem para outras cidades. Foi à época em que Dr. Hermon com sua capacidade de liderança e de mente altruísta, funda a primeira escola básica, equivalente ao ex-Ginásio.
A Escola tinha o nome de Escola Comercial “DOM BOSCO”- fundada no final do ano de 1958, funcionava na casa que fica na esquina da Rua Rui Barbosa e Rua Jeováh Guimarães. Houve um Curso de issão, cujos exames foram realizados em fevereiro de 1959. As aulas começaram no mês de março do mesmo ano com 76 alunos, divididos em duas classes. Funcionava somente à noite. Gente adulta que tinha saído Curso primário e não tinha condições de estudar fora de Carmo do Cajuru, via ali a possibilidade de concretizar o sonho de ser alguém na vida. Em 1962, ocorreu a primeira formatura, com 26 alunos dos 76 que começaram.
O primeiro Diretor da Escola foi o seu proprietário, Dr. Hermon. O Diretor Técnico era José Marra da Silva, que era um dos seus professores. Dr. Geraldo Guimarães era o Diretor Secretário. Como se pode notar ele teve uma grande e importante colaboração de grandes homens, que tinham tudo para oferecer à sua gente e muito pouco exigiam. Era preciso muito desprendimento pessoal nas condições da época. Além dos fundadores, lembramos aqui da grande figura do Pároco da época, o Cônego João Parreiras Villaça, que deu o seu nome para professor de Português. Não chegou a lecionar, é claro. Só queria colaborar para que o grande sonho de Dr. Hermon fosse concretizado.
Dr. Hermon era um homem de grande cultura, alegre, muito brincalhão, otimista e de bom coração. Alunos que não podiam pagar seus estudos, mas ele via neles inteligência e esforço, era capaz de mandar chamá-los em casa e lhes dar bolsa de estudo. Marcou muito a educação, conforme acima mencionado, em nossa querida terra natal. Quando Ele foi transferido para outra Comarca para ser Juiz de Direito, tinha receio que a escola viesse acabar. Apesar das dificuldades, a Escola não fechou. Foi vendida para outro idealista e grande entusiasta da educação, ou seja, o senhor João da Mata Nogueira, dando continuidade assim nos sonhos dos estudantes. A Escola conseguiu formar grandes personalidades que brilharam graças ao Colégio Dom Bosco.
Durante o período que em esteve aqui, conseguiu realizar outro grande feito para Carmo do Cajuru, trazer a Cia Telefônica em maio de 1961, com a grande colaboração de José Batista de Menezes (José Teles) o prefeito da época, de João da Mata Nogueira, Dr. Geraldo Guimarães, do deputado Oscar Dias Correia e também de sua própria esposa Dona Marina Cota Vasconcelos, que fez parte da Diretoria.
Pessoas muito alegres, sempre estavam presentes em eventos sociais e religiosos.
Em 1963 organizou o primeiro desfile cívico em Carmo do Cajuru, onde as escolas brilharam no desfile, com destaque, o Colégio Dom Bosco. O referido desfile contou com uma grande partipação do povo.
Foi também colaborador de entidades filantrópicas, como a Vila Vicentina, campanhas de natal e outras.
Com essa crônica, recuperamos um pouco da história deste casal, que deixou um inestimável legado familiar, marcantes momentos na história de nossa querida Carmo do Cajuru.
Fontes: Relatos de seus familiares e amigos
Livros do Professor Oswaldo Diomar.