
A ocupação de Carmo do Cajuru se deu somente com a concessão das primeiras sesmarias no local, a partir de 1747. No entanto, somente no início do século XIX a região foi efetivamente ocupada por grandes fazendeiros. A formação do povoado de Cajuru está situada em 1825, quando da construção da Capela de Nossa Senhora do Carmo nas terras da Fazenda do Cajuru, então pertencente a Manuel Gomes Pinheiro. Em 1828, a Capela já estava concluída, atraindo inúmeras pessoas de toda a região, especialmente do povoado vizinho Empanturrado, que havia fechado seu templo. Desta forma, o povoado se desenvolveu rapidamente e a ocupação urbana se limitou às proximidades da capela.
Em meados de 1830, Cajuru consistia num dos 20 distritos que formava o município de Pitangui. Com o rápido crescimento populacional, houve a necessidade de ampliação do templo, e, em 1906, a igreja foi demolida para ceder lugar à nova matriz, concluída em 1912. Nesta época, A freguesia de Cajuru havia se tornado uma grande exportadora de carne e leite para outras cidades mineiras, sobretudo para Belo Horizonte. Em 1948, Cajuru foi elevada à categoria de cidade. A comunidade de Estiva surgiu após a ereção da capela primitiva do Sagrado Coração de Jesus pelo fazendeiro Francisco Rabelo de Oliveira em 1886. A capela ficou conhecida popularmente como Capela de Santa Clementina, em homenagem à esposa do fazendeiro, Clementina Maria de Jesus.

Com o ar do tempo, o povoado se desenvolveu e houve a necessidade de ampliação da capela para melhor atendimento dos fiéis. A nova capela foi construída em 1940, por iniciativa do Padre Geraldo Rodrigues da Costa, no terreno doado por José Gonçalves de Oliveira e Joaquim Nicolau Domingos, e a antiga capelinha foi abandonada. Entre os anos de 1973 e 1976, a segunda capela foi demolida, e uma nova, maior e mais moderna, foi construída em 1978, pelo padre João Parreiras Villaça. A Capela ou por um processo de intervenção em 2000, tendo sua estrutura reforçada com barras de aço e o piso substituído por piso cerâmico. Em 2008, foram construídos banheiros ao fundo e acrescentada a grade metálica ao coro. Não foram encontrados registros escritos ou informações orais que indicassem a data de fatura da imagem do Sagrado Coração de Jesus.
No entanto, devido às características técnicas e estilísticas da peça, é possível afirmar que ela tenha sido confeccionada no quarto quartel do século XX, possivelmente para compor o acervo da Capela do Sagrado Coração de Jesus do povoado de Estiva, concluída em 1978. As características padronizadas da imagem sugerem sua fabricação industrial, o que dificulta, ainda mais, a definição de uma datação mais precisa. A imagem, porém reserva um grande valor simbólico-cultural perante a comunidade religiosa local, que tem na figura do Sagrado Coração de Jesus o seu padroeiro. No mês de maio é realizada a festa em honra do santo, juntamente com missas especiais, montagem de barraquinhas e levantamento de bandeira. Não foram encontrados registros de intervenções realizadas na peça. Porém é possível afirmar que a imagem ou por um processo de repintura recentemente.